Problematizações e potência produtiva do inconsciente: o marco da concepção de esquizofrenia em O Anti-Édipo
Palavras-chave:
Inconsciente. Esquizofrenia. O Anti-Édipo.Resumo
Esse artigo aborda como a problematização que funda o inconsciente se transfigura na obra de Deleuze e Guattari, O Anti-Édipo, sendo apresentada enquanto potência produtiva que se manifesta no processo esquizofrênico. Trata-se não de um elogio à esquizofrenia em sua forma clínica, mas de uma contraposição que visa demonstrar o motivo de a representação do complexo de Édipo ser tida pelos autores como a de um inconsciente teatral, produzido pela psicanálise. Ao enfatizar uma potência produtiva do inconsciente nesse local de quebra, em que a estrutura carece de articulação, busca-se oferecer instrumentos para se pensar como e por qual motivo as formas de produção do esquizofrênico podem, para os autores, ser adotadas como paradigma da produção desejante, bem como o porquê de, após o advento do capitalismo, processos de produção dessa natureza existirem quase sempre sem deixar de se inscreverem em aparatos institucionais de violência da vida social.
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